Falencia financeira do estado politico

16/05/2014
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Segundo a teoria de sistema, toda mudança de estado, deve passar por um estágio intermediário chamado de crise. Pela visão da economia devemos estar passando por este momento, para começar um novo ciclo. Diversos autores tem demonstrado pela história, ciclos curtos, médios e de longo prazo, desde Kontradieff, até o modelo de Keynes de curto prazo (?). Usando outra linguagem, estamos vivendo no momento o olho do furacão da economia mundial. Nestas circunstâncias os governos procuram sempre amenizar a situação, num primeiro momento acalmar os agentes econômicos para que continuem a tomar decisões, pois deles depende a dinâmica da sociedade. Num segundo momento acalmar a sociedade de que tudo está bem e sob controle. Mas no fundo, procuram também esconder suas fraquezas, seus erros, fracassos, das medidas políticas tomadas que não deram certo.
 
Feito esta introdução, praticamente sem exceção todos os países estão em situação financeira deficitária. Estes déficits, sempre são cobertos com novas dívidas com o sistema bancário, que já opera com relativa independência. Esta independência foi necessária como um ajuste ou aperfeiçoamento do sistema democrático. A emissão de dinheiro por parte dos governos tem revelado pela história, verdadeiros desmandos do passado. Neste novo contexto, embora o estado detenha o poder de emissão da moeda, a administração do fluxo monetário está em mãos privadas.
 
Assim quando o Estado se vê em posição deficitária, busca junto aos bancos ma forma de financiar seu déficit, a diferença negativa entre suas receitas (tecnicamente tributária) e seus gastos. Para as entidades bancárias, este tem sido um maná, porque há uma garantia de liquidez, isto é, o estado ainda é soberano na emissão de dinheiro. Nesta condição a sociedade toda é onerada pela inflação de moeda. Quando o Estado faz empréstimo, na realidade está sacando contra o futuro. O Estado é uma entidade perene, enquanto todos nós temos um prazo de validade. Nós pobres mortais só temos uma saída para nossas dívidas, pagar com o suor de nosso rosto, ou seja, pelo trabalho. Para o Estado, a cada vencimento que vem chegando com a passagem do tempo, novamente (se não tem recursos) lança mãos de novo “barrigamento”, para pagamento na maioria das vezes pela próxima geração. Ou seja, nós estamos pagando em grande parte a conta de nossos antepassados, que por sua vez estamos passando esta batata quente para a próxima. Parece ser estranho, mas o débito está sempre sendo quitado por um novo elemento: o tempo.
 
As benesses generosas permitidas pelas legislações sociais de muitos países europeus conseguidos ao longo dos séculos estão mostrando que os bons tempos já foram. A globalização pela penetração dos produtos chineses nos mercados a preços aviltantes, destruiu indústrias locais acomodadas; mudanças nas curvas demográficas pela longevidade do homem; e a pior de todas, a corrupção endêmica. A última, fruto da violação ética jamais experimentada na história do homem, tanto pelo lado público como pelas áreas privadas, neste último caso, uma guerra pela conquistas de mercados.
 
Pelo lado das finanças públicas o caso da Grécia é o maior exemplo, pela sua insolvência. Na mesma linha futura está, Portugal (já de pires na mão), a Espanha com desemprego insustentável, Itália minada pela corrupção secular, a Irlanda com seu sistema financeiro alienado em mãos privadas. Já se podem sentir nuvens no horizonte de que também a condição financeira dos centros capitalistas, E.U.A., Grã-Bretanha, França e Alemanha, serão agravadas dramaticamente, no seu desespero de ajuda àqueles países citados. O que mais nos preocupa é o efeito dominó. Tudo isto já alertado pelo filosofo alemão independente Robert Kurz.
 
Cada vez mais, as gerações estão sendo oneradas com mais volume de trabalho, para uma quitação que não tem fim. E pior ainda, permitindo uma fantástica concentração de riquezas aos poucos aquinhoada, que lhes facilita o atual modelo de sistema econômico. Esta perpetuação também tem limite. Aos poucos esta bolha começa estourar, desempregos em massa, fusões de bancos, quebra de empresas, falência da previdência em todas as partes do mundo, através de manifestações e do desespero nas ruas com toda força de sua virulência e barbárie.
 

- Sergio Sebold es Economista e Professor de Pós-Graduação do ICPG/UNIASSELVI – Blumenau - SC

https://www.alainet.org/pt/articulo/150611

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