Movimentos propõem aliança mundial contra Império

27/01/2005
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O governo dos Estados Unidos intensificou sua política de dominação em 2004, por meio de ações militares e tratados de livre comércio, e os movimentos sociais de todo o mundo vão unir-se para resistir. Esta é a avaliação final da 1º Assembléia Mundial de Movimentos Sociais, ocorrida no dia 27 de janeiro, durante o 5º Fórum Social Mundial. Representantes de organizações camponesas, operárias, estudantis e feministas, de diversos países, se alternaram no microfone da plenária para denunciar a estratégia imperialista do presidente George Bush. O sindicalista iraquiano Abdel Amir El Rekaby arrancou aplausos das centenas de pessoas que assistiram ao evento ao descrever a resistência da população do Iraque às tropas de ocupação de seu país. “Nosso povo luta na linha de frente contra o imperialismo. Os soldados estadunidenses são covardes, pois assassinam milhares de inocentes e mantêm as pessoas sem água e eletricidade”, afirmou. Rekaby pediu que saísse como encaminhamento da Assembléia a solidariedade com o povo iraquiano. A proposta foi aplaudida e deve ser considerada no documento final do evento, que deve ser apresentado no dia 31, durante a 2º Assembléia Mundial de Movimentos Sociais. Neste dia, também deve ser discutida uma agenda unificada de lutas, destacando uma ação mundial contra a guerra e a militarização, nos dias 19 e 20 de março. Além da reafirmação da luta contra o imperialismo, o evento foi um espaço privilegiado para fortalecer laços entre organizações. O agricultor português João Vieira, integrante da Via Campesina, disse que a Assembléia dá a oportunidade de estabelecer uma agenda comum entre organizações rurais e urbanas, de diversos países. Para ele, a luta contra o imperialismo se faz no cotidiano, nas lutas mais locais, mas estas ganham peso quando são feitas “em rede”, ou seja, “em vários países, por milhares de pessoas, ao mesmo tempo”. O evento foi também a oportunidade de dar informes da luta de organizações, em diversos países. Nas análises de todos os palestrantes, representando todos os continentes, a conclusão era a mesma: os movimentos precisam fortalecer suas relações para criar maiores mecanismos de resistência ao governo dos Estados Unidos. Segundo Carlos Reyes, dirigente campesino de Honduras, a solidariedade e a paz, para a construção de uma ordem mundial alternativa, devem ser o fundamento da aliança mundial de movimentos sociais. * João Alexandre Peschanski – Brasil de Fato
https://www.alainet.org/pt/articulo/111247
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