Diz ex-premier italiano

Apoio mundial a Lula não vem só da esquerda

14/09/2018
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Massimo D'Alema, ex-premier italiano
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, nesta quinta-feira 13, as visitas do ex-primeiro-ministro italiano Massimo D’Alema e do ex-governador do Distrito Federal mexicano, Cuauhtémoc Cárdenas.

 

Na saída, em entrevista coletiva, D’Alema afirmou que já havia encontrado o ex-presidente muitas vezes, mas jamais poderia imaginar que um dia o encontraria como prisioneiro. “Mas hoje o encontrei aqui da mesma forma que o encontrei no Palácio do Planalto. O mesmo espírito, a mesma coragem, a mesma visão e a mesma vontade de servir o povo brasileiro”.

 

Disse que, apesar das injustiças da qual é vítima e após ter sido o melhor presidente que o Brasil já teve, é um homem sereno e continuará sendo muito importante para o país. “E justamente isso que explica a solidariedade que o povo brasileiro tem por ele. Aliás, em todo o mundo, mesmo nos ambientes que não são de esquerdas. Isto se deve a crueldade a que ele está sendo submetido” completou.

 

Afirmou que, na Europa, a repercussão da prisão do ex-presidente não atingiu seu prestígio ou reconhecimento como homem público. Lembrou que um grupo de juristas europeus examinou o processo de Lula e constatou que a condenação se deu de modo arbitrário, onde não existem provas e os direitos fundamentais não foram respeitados. “Condenar um homem a doze anos de prisão nesta situação, é uma monstruosidade. Esta é minha opinião e de grande parte do pensamento jurídico europeu”. Lembrou ainda que Comitê de Direitos Humanos da ONU garantiu o direito de Lula disputar as eleições presidenciais.

 

Após a entrevista, em visita à “Vigília Lula Livre”, D’Alema enalteceu o papel dos militantes que permanecem, desde o primeiro dia da prisão, em vigília na defesa do ex-presidente. “Vocês representam o sentimento de milhões de brasileiros. A solidariedade de cada um e as manifestações de apoio o encorajam”.

 

Disse que Lula, de dentro da prisão, conduz uma batalha. “Agora, o que ele quer é a vitória do candidato do partido nestas eleições”. Para o ex-primeiro-ministro, o que está em jogo neste momento é uma aposta muito alta e que não se resume apenas na retomada dos caminhos que promovam a justiça social no Brasil. “Trata-se da defesa da democracia, afinal, o que aconteceu aqui foi um golpe muito duro a democracia”.

 

Apontando para o prédio da Policia Federal, D’Alema disse que “ali não existe um prisioneiro, mas sim um chefe político. Ali há um homem que não precisa de tanta solidariedade. O que ele precisa é de pessoas que o ajudem a levar adiante essa batalha. No Brasil, em primeiro lugar, e nós, que somos seus amigos, faremos nossa parte em outros cantos do mundo”.

 

O mexicano Cuauhtémoc Cárdenas foi econômico em suas palavras. Disse que encontrou Lula com o mesmo espírito combativo que sempre teve. “Depois de visita-lo, saio otimista, pois embora se encontre em uma situação de grande injustiça, ele seguirá lutando em favor dos pobres e pelo Brasil. Sua luta é contra um governo e meios de comunicação muito poderosos. Tenho confiança que este embate vai culminar com o reconhecimento do povo pelas injustiças que estão cometendo ao presidente Lula” afirmou.

 

Título Doutor Honoris Causa

 

O ex-presidente Lula irá receber no próximo dia 27, em Curitiba, nas dependências da “Vigília Lula Livre”, o título de Doutor Honoris Causa concedido pela Conselho Superior da Universidade Nacional del Comahue, de Neuquén, Argentina.

 

O documento do Conselho Superior que justifica a entrega da honraria, após uma longa explanação dos feitos e medidas adotadas por Lula enquanto presidente da República, afirma que “Luis Inácio Lula da Silva trouxe ao nosso hoje o que é tão simples, que a política nada mais é do que um gesto de amor ao povo e um cuidado com tudo o que é comum a nós". E finaliza afirmando “preferimos outorgar este Doutorado Honoris Causa e resumir todo ele em uma palavra: dignidade”

 

14/09/2018

https://www.cartacapital.com.br/politica/apoio-mundial-a-lula-nao-vem-so-da-esquerda-diz-ex-premier-italiano

 

https://www.alainet.org/pt/articulo/195331
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