Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, hoje foi mais uma vítima da violenta prisão coercitiva dos justiceiros.

e veja você, o cabra foi levado coercitivamente como testemunha!

mesmo sem ter se recusado a ir de forma voluntária.

além de levá-lo, levaram dele celular, hd, computadores, pen drives etc.

Moro quer saber quem vazou para Eduardo que ele, Moro, iria efetuar a prisão coercitiva de Lula.

morou?

mas peraê, Moro está querendo saber quem vazou o quê?

os caras da Globo e da Folha vazam todos os dias sigilos da Lava Jato. esse homem da fila fina só fala grosso com blogueiro progressista?

o deputado federal Paulo Teixeira, diante de tamanha arbitrariedade, questionou a árbitro paranaense sobre o respeito ao sigilo da fonte.

ouçamos o deputado:

“o juiz Moro disse que ele (Eduardo Guimarães) não é jornalista, mas eu respondi que o fato de ele não ser jornalista não o impede de exercer o jornalismo",

bingo!

talvez Moro não saiba, mas não há uma única lei no Brasil que obrigue alguém a ter diploma de jornalismo para ser jornalista.

o STF aboliu essa fuleiragem em 2009.

aliás, o diploma de jornalismo só é obrigatório na África do Sul, na Arábia Saudita, na Colômbia, no Congo, na Costa do Marfim, na Croácia, no Equador, em Honduras, na Indonésia, na Síria, na Tunísia, na Turquia e na Ucrânia.

já no Brasil, na Alemanha, na Dinamarca, na Suécia, na Holanda, na Argentina, no Chile, nos Esteites, na Bélgica, no Reino Unido, na Suíça, no Japão, na Finlândia, na Bélgica, na Costa Rica...

em nenhum desses lugares o diploma é obrigatório.

sobre o tema, Gianni Carta escreveu em 2011 sob o título Diploma de Jornalista é Idiotice, veja aqui: http://migre.me/whIUB

quando a excelente âncora Eva Golinger, ex-CNN Español, aparece na tela da RT Español, surge o crédito dela: advogada e escritora.

nem jornalista aparece.

Glen Gleenwald, dono do The Intercept, vencedor do prêmio pulitzer e hoje radicado no Brasil, é advogado de formação.

digo mais, o próprio pulitzer não era diplomado!

o que não falta neste país é espaço público com o nome de jornalista Roberto Marinho: ponte, avenida, viaduto, teatro, sauna gay, casa de massagem, o cacete.

o diabo é que o doutor Roberto não tinha doutorado e nem era formado em jornalismo.

duvido que, se vivo fosse, Moro não o chamaria de doutor jornalista Roberto Marinho.

ouçamos agora Gianni, limpe os ouvidos diligente internauta:

"os colegas formados por universidades de jornalismo, a pipocar Brasil afora, quase todos a trabalhar para a mídia ultraconservadora, não têm contribuído para melhorar o nível da mídia".

Luiz Gama - que era um rábula - é um exemplo do Direito como garantidor de justiça e equidade.

já Moro, digamos em coro, não tem ajudado em nada em elevar o nível do judiciário, embora tenha diploma e seja concursado.

e mais num digo.

palavra da salvação.

- Lelê Teles é jornalista, publicitário e roteirista

21 de Março de 2017

http://www.brasil247.com/pt/colunistas/leleteles/286162/Moro-e-o-diploma-de-Jornalismo.htm