Trabalho, capitalismo histórico e pauperismo no século XXI

14/12/2015
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Resumo

 

O objetivo deste texto é refletir sobre novos desafios e velhos dilemas presentes na esfera do trabalho no século XXI: desemprego estrutural, precarização laboral e apropriação da subjetividade humana pelo capital. Na década de 1970, alguns pesquisadores brasileiros entendiam que a chamada "marginalidade social" constituía, na realidade um enorme exército de reserva de força de trabalho funcional ao processo de acumulação de capital; a “ocupação informal” era entendida como uma forma peculiar de inclusão na divisão social do trabalho. Mas, atualmente, para M. Davis (2006), os trabalhadores desempregados da América Latina, por exemplo, compõem um vasto “proletariado informal”, o qual não pode ser chamado de lumpesinato e muito menos de exército de reserva, pois já não são reservas de nada. Para Robert. Castel (1998), os desempregados são na realidade “desfiliados”, “supranumerários” e inúteis para o mundo capitalista. A ideologia do progresso e da modernidade justificou que muitas lutas de oposição à mercantilização das atividades humanas fossem destruídas pelo avanço das forças produtivas do capital. Mas mesmo com a destruição das lutas de resistência o que surpreende é que o desenvolvimento capitalista, depois de pelo menos quatrocentos anos, não tenha assalariado a totalidade da força de trabalho na economia-mundo. Dados atuais indicam que trabalhadores tipicamente assalariados incorporados às cadeias mercantis mundiais abrangem uma pequena parte da força de trabalho. A metade da população do mundo vive na pobreza, com menos de US$ 2 por dia, são 3 bilhões de seres humanos. E segundo a Organização Internacional do Trabalho, diante da atual crise do capitalismo, serão adicionados mais de 50 milhões de desempregados no mundo; o acelerado crescimento da indigência é a grande novidade do século XXI. Quem são os miseráveis de ontem e os de hoje? O que fazer?

 

Palavras-chave: trabalho, exclusão, pauperismo, proletariado, indigência.

 

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https://www.alainet.org/pt/articulo/174261
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