Pixuleko, Grito dos Excluídos e a mídia

09/09/2015
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A mídia privada sempre detestou a luta dos trabalhadores. Até por uma questão lógica. Os patrões da imprensa não vão estimular os seus explorados a brigarem por direitos. Daí a sua linha editorial de invisibilizar os movimentos sociais - o que não sai no 'Jornal Nacional' não existe, costumam afirmar os comunicólogos - e de criminalizar as suas ações. Neste 7 de setembro, Dia da Independência, este padrão de manipulação ficou novamente exposto. O "Pixuleko" - o boneco inflável do ex-presidente Lula com roupa de presidiário, fabricado com recursos obscuros de grupelhos fascista - virou capa de jornais e foi destaque nos telejornais. Já o Grito de Excluídos, que pela vigésima primeira vez levou milhares de lutadores sociais às ruas de todo o Brasil, foi totalmente invisibilizado na mídia privada.

 

Em editorial nesta terça-feira (8), a Folha tucana chegou a declarar seu amor pela obra da direita. "O Pixuleko, boneco inflável que representa o ex-presidente Lula (PT) em trajes de presidiário, vai-se provando um sucesso... Mesmo que nada esteja provado contra Lula, [ele] sintetiza a ojeriza que seu partido desperta em camadas crescentes da sociedade. A oposição, não por mérito das agremiações políticas, arrumou um símbolo anti-PT. Falta ainda um programa de governo". Na mesma edição, o jornalão da famiglia Frias, que apoiou o golpe militar e as torturas e assassinatos da ditadura, dedica apenas três linhas para os protestos do Grito do Excluídos.

 

Já a TV Globo exibiu várias vezes o tal "Pixuleko" - apesar do fiasco da sua presença no ato do 7 de Setembro em Brasília. O protesto dos grupelhos que rosnam pela impeachment de Dilma e pela volta dos militares ao poder ficou bem abaixo das expectativas e o boneco inflável, de 15 metros de altura, não resistiu ao vento e rasgou. A cena virou motivo de piada na internet. Só faltou Merval Pereira, o "imortal" de estimação da famiglia Marinho, acusar São Pedro de "petralha". Nos últimos dias, ele tem obrado vários textos para enaltecer o "Pixuleko". O excitado golpista deve até ter comprado uma miniatura do boneco, vendida por R$ 10,00 na Esplanada dos Ministérios.   

 

Quem desejou acompanhar as manifestações do Grito dos Excluídos - que neste ano teve como tema "Que país é este que mata gente, que a mídia mente e nos consome" - precisou acessar as páginas alternativas na internet. O site do jornal Brasil de Fato fez um bom apanhado, que reproduzo: "Da senzala contra os senhores", Grito dos Excluídos acontece em todo o Brasil

 

Fuente: http://altamiroborges.blogspot.com.br/2015/09/pixuleko-grito-dos-excluidos-e-midia.html

https://www.alainet.org/pt/articulo/172300
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