O olhar que tudo vê e nada toca

29/12/2011
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O caso da enfermeira assassina se tornou fonte de repercussão em todas as mídias possíveis. Um número enorme de pessoas saiu em defesa do animal morto e da criança testemunha, contudo esse mesmo mercado alimentado por noticiais assim não é capaz de fazer uma analise mais detalhada sobre um fator tão comum, o olhar da tv, da maquina, câmera, incapaz de reagir, passível apenas a seu registro.

O caso choca sem duvida, mas o que assusta mais é o numero incrível de animais que são largados nas ruas diariamente, tanto por falta de amor ou pelo sentimento de que “o brinquedo não serve mais”.

Pelas crianças quando não sofrem agressão são testemunhas de brutalidades cometidas por pessoas ditas da família.

Com o advento de tantas maneiras possíveis de filmar e gravar, contudo com toda essa alta tecnologia ainda somos capazes de atos assim.

Compramos tudo, vendemos tudo.

Mas na prateleira não existe amor

Somos testemunhas de um crime.

Contra a humanidade.

A mídia paralisa o espectador do mesmo modo que estagnados ficamos a cada novo ato desse gênero, rotulado como “novo” porem nada é novo nesse cenário desolador.

Mortes, tortura, corrupção... Cada dia uma nova reportagem espetacular.

A sociedade do espetáculo, entretendo seus clientes com novas formas de matar.

Não seria nenhuma surpresa se acaso os açougues tivessem paredes de vidro e ninguém mais comprasse carne.

Mas açougue não é assunto na televisão.

O que separa o antigo homem desse homem hipermoderno?

A velocidade de seu carro?

A capacidade de seu microondas?

Seu Ipod?

A terra sagrada para os índios continua sendo usada como depósito de lixo para toda nossa produção econômica baseada na mais-valia.

Índios têm economia de subsistência, todavia, nós é que temos as crianças subnutridas em várias partes do mundo.

Modernos comem comida de plástico.

Índios estão sendo expulsos e massacrados nas suas terras sagradas.

Índio não é assunto na televisão.

Estamos condenados a sermos livres, se acaso ser livre significa poder escolher a marca de refrigerante que deseja beber ou a cor do carro desejado... Sim... Condenados, mas nessa prisão quem possui dinheiro alcança apenas os melhores lugares no beliche.

A escravidão tem como marco a data de 13 de maio de 1888.

Escravo não é assunto na televisão.

Na virada do ano não deveríamos nos vestir de branco e sim de palhaços... Jader Barbalho novamente no senado.

Todo dia tem um palhaço na televisão.

https://www.alainet.org/pt/articulo/154976

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