Europa em agonia

15/11/2011
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Quer queiramos ou não estamos todos sujeitos aos padrões e modelos na cultura que vivemos. E isto abrange a todos, pessoas, empresas, instituições, organizações, etc.

Assim vivemos hoje sobre uma forte pressão das informações que os meios de divulgação oferecem. A profusão de informações é de tal monta, que até profissionalmente prejudica o bom desempenho de todos nós. A curiosidade inata por novidades, pelo inédito, pelo espetáculo, pelo contraditório e até pelo absurdo nos fascina. Diante deste contexto somos diariamente bombardeados com notícias e informações, veiculados pela mídia que por mais que estas sejam concorrentes capitalistas entre si, a força cultural não permitirá fluir para outras formas de interpretação. Assim quando vimos pela mídia (televisiva por excelência) os casos sensacionalistas, principalmente no palco europeu, não conseguimos mais ver a verdadeira realidade dos acontecimentos, até em tempo real, que está por detrás das imagens.

Ao final da segunda guerra mundial, os países europeus estavam em frangalhos de tanta destruição. Fruto de um DNA de barbárie acumulado através dos séculos de história O Plano Marshall oferecido pelos EUA, foi a tábua de salvação para reorganizar e reerguer a Europa. Em menos de dez anos a Fênix européia surgia das cinzas. Por outro lado, impulsionados por intelectuais que sobreviveram à catástrofe da barbárie humana, foi desenvolvida uma ideologia própria chamada a “social democracia”. Neste contexto toda a força do Estado deveria estar em função dos seus cidadãos em prioridade. Eram ainda os resquícios dos pensamentos marxistas. Em graus diferentes, todos os países adotaram esta ideologia política.

A internet, um recente veículo a mais de informação, por bem ou por mal surge como uma nova janela de conhecimentos totalmente independente, infensa a qualquer tipo de censura ou ainda totalmente contra qualquer opinião. Esta é a Ágora ateniense em versão virtual, onde o cidadão é livre para dizer o que quiser sem qualquer restrição. É a autêntica prática da cidadania. Neste sentido tem-se a oportunidade, - vencida as barreiras lingüísticas e da escrita, - de saber ou sentir o pensamento das pessoas ou entidades fora do nosso contexto cultural. Assim, tem chegado a nossa mesa, o pensamento “abalizado” de expressões reconhecidas pelo lado da cultura asiática: a China. Falamos de uma opinião do Prof. Kuing Yamang de economia, chinês que teve a oportunidade de viver na França por muitos anos. (Encontramos um site dizendo que é uma fraude este professor). Entretanto, as afirmações contidas nos leva considerar como verdadeiras pelas evidências que diariamente constatamos.

O modelo europeu pós guerra se tornou altamente dependente dos meios financeiros, uma vez que as benesses do progresso levaram a sociedade a se interessar somente com lazer/entretenimento, ecologia e futebol, este último pela TV. Numa autêntica dolce vita.

Por sua vez, em decorrência de uma sangria sobre os empresários em impostos e taxas para atender seu Welfare State, estes procuraram outras plagas para seus investimentos, principalmente países emergentes mais particularmente a China. Também se endividaram com uso do crédito sem limite jogando para o futuro que seus filhos jamais conseguirão pagar esta conta. Deram uma qualidade de vida nababesca para atual geração, através de orçamentos fictícios e deficitários. Se asfixiaram numa dívida que jamais poderão honrá-la. Alem disso os seus governos sangram os contribuintes, gerando um “inferno fiscal”, particularmente para aqueles que criam riquezas. Não é para menos que grandes corporações industriais, buscam outros países, (o Brasil é um caso) para seus investimentos, empobrecendo a oportunidade de empregos para seus próprios países.

Pelo seu lado, a mentalidade política não entendeu que não se produz riqueza simplesmente distribuindo benesses, mas sim com o trabalho. Quanto mais se distribui, a riqueza gerada e limitada, menos haverá para cada um. Aqueles que produzem, que geram empregos são punidos com altos impostos e taxas e aqueles que nada fazem, são cada vez mais protegidos pelo guarda chuva do Estado. Ou seja, são punidos aqueles que efetivamente produzem. Temos ai uma inversão de valores.

O deslocamento cada vez maior de seus empreendedores na fuga para outros países estão gerando empregos nestes, subtraindo empregos no seu próprio.

Enquanto isso, se assiste sombriamente funcionários demais a mamar nas tetas dos governos, onde um em cada cinco é funcionário público em média, sedentos de polpudos benefícios para poderem tirar férias nas praias ensolaradas do mediterrâneo, quem sabe no Brasil, ou outro da Ásia próximo à linha do equador. O pensamento político fica na falácia de que “é preferível um funcionário público ineficaz a um cidadão desempregado”. Mas alguém pagará esta ineficácia.

Diante deste cenário a Europa está se dirigindo a toda velocidade contra o muro trágico da história.

- Sergio Sebold – Economista e Professor Independente.

https://www.alainet.org/pt/articulo/154031?language=es

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