O maior escândalo da história

16/06/2004
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O maior escândalo da história mundial (e que hoje afeta diretamente todos os países) ocorreu em Bretton Woods, Estados Unidos, em 1944. Nesta conferência, quando foram criados o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, havia o projeto da criação de uma moeda internacional neutra, porque seria inconcebível a idéia de que a moeda de um país fosse transformada em moeda internacional. Porém, os Estados Unidos, que naquela época detinham a bomba atômica em caráter de exclusividade, o maior exército do mundo e mais da metade da produção da humanidade (52% do Produto Mundial Bruto) impuseram o dólar como moeda internacional. Hoje as coisas estão absolutamente diferentes. Os EUA têm 21% da produção mundial, numerosos países têm a bomba atômica e depois de perder para o Vietcong (um grupo de homens descalços, maltrapilhos, sem alimentação e sem armas) o exército dos EUA não pode ser considerado um poder militar que tenha condições de impor facilmente a sua vontade. A única coisa que hoje mantém a hegemonia dos EUA é o dólar como moeda internacional. Eles podem comprar indústrias, arsenais bélicos, comércio, políticos, meios de comunicação, petróleo, enfim, todas as riquezas do mundo, financiar eleições e entidades internacionais como a ONU e o FMI etc. Para isto gastam apenas papel e tinta (sem lastro e fiscalização). Os Estados Unidos são, como diz Joelmir Beting, a Casa da Moeda do Mundo. Além disso, ainda se arrogam, sem nenhuma base legal ou moral, o direito de cobrar sobre este dinheiro os juros que bem entenderem. Os resultados destes juros sobre moeda internacional têm se revertido para os EUA e não para o mundo. O que significa que todas as nações financiam as algemas que as mantêm acorrentadas. Na Segunda Guerra Mundial, vários países se uniram para impedir que Hitler transformasse a Alemanha num país hegemônico, que dominasse todos os outros. Terminada a Guerra a União Soviética e os Estados Unidos resolveram se tornarem países hegemônicos. Com o fim da União Soviética, países como a Polônia, a Tcheco-Eslováquia e a Hungria conseguiram libertar-se. Como não ruiu o lado americano, nações como o Brasil, o México, a Argentina e o Chile continuaram subjugadas. Portugal, por exemplo, levava as riquezas do Brasil. Os EUA não estão satisfeitos em levar as riquezas do Brasil e estão se utilizando agora do Projeto Neoliberal para acabar com a economia brasileira. A base do Projeto Neoliberal é a Globalização. A Globalização é todos os países abrirem todas as suas riquezas para quem tiver melhores condições de comprar. E quem é que tem melhores condições de comprar? Exatamente o país que emite a moeda que é dono da Casa da Moeda do Mundo. A Globalização, dentro das idéias que estão aí, é absolutamente inviável. Esse Projeto de destruição nacional é até explícito. Henry Kissinger que era o homem mais poderoso do governo dos Estados Unidos (ex Secretário de Estado e Conselheiro de Segurança Nacional) ao se referir ao Brasil, disse, com todas as letras, em público : "Os Estados Unidos não permitirão o aparecimento de um novo Japão abaixo da linha do Equador". Há duas opções para a construção da nova Ordem Econômica Mundial: a convocação de todos os países para esse fim (moeda internacional neutra), ou a extensão do euro para todas as nações. O euro já serve a muitos países e, não sendo uma moeda nacional, pode servir a todos os países. A moeda nacional de um país transformada em moeda internacional é o maior instrumento de concentração de riqueza e de corrupção até hoje criado pela humanidade porque toda a economia do mundo fica a serviço do dono da Casa da Moeda do Mundo. Acabada a hegemonia do dólar acaba a hegemonia dos EUA. * Leandro Nacionalista é aluno de psicologia do Unicentro Newton Paiva e um dos fundadores do movimento "A Nova Inconfidência". Email: leandronacionalista@hotmail.com
https://www.alainet.org/pt/articulo/110108?language=es

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