Conferência aponta desafios para a luta contra a Alca

28/01/2004
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Dando prosseguimento às atividades do III Encontro Hemisférico de Luta Contra a Alca, a conferência Luta contra a Alca: Única Opção de Independência e Soberania, no dia 26, teve como conferencista o dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, João Pedro Stedile, que iniciou sua participação dizendo que a Alca é estratégica para a sobrevivência do capitalismo. Para ele, não se trata apenas de mais um acordo comercial, pois a Alca é um marco jurídico para a viabilização da dominação dos Estados Unidos. Stedile explicou que a conjuntura atual indica que o neoliberalismo está em crise e que o padrão de acumulação de capital está saturado, e este precisa buscar novas formas de dominação para se sustentar. Ao mesmo tempo, salientou, existe uma necessidade de impedir o avanço das forças de resistência que se manifestam por meio das mobilizações populares. O conferencista afirmou que, na américa Latina, reside o foco de maior luta contra o avanço imperialista. "Somam-se a isto a eleição de governos que não aceitam seguir como títeres de Washington", disse. Segundo Stedile, o Brasil, por ser um dos maiores países do continente, merece uma avaliação mais detallada. "Ganhamos a eleição num cenário muito complexo. Externamente existe uma unipolaridade com a hegemonia dos Estados Unidos. Internamente a economia é totalmente dependente do capital financiero e há um descenso do movimento de massas. A sociedade brasileiro vive uma crise de projeto. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come", afirmou. Diante desse quadro , Stedile apontou os desafios que os movimentos sociais têm pela frente: 1 . Tomar iniciativas políticas de mobilizações independente da agenda do inimigo. Romper com a letargia existente para alterar a correlação de forças. 2. Intensificar o trabalho de conscientização do povo, pois somente com um povo informado e consciente dos maleficios da Alca é que conseguiremos derrotar nosso inimigo. 3 . Temos que envolver outros setores da sociedade em nossa luta. Ex. Prefeituras (compras governamentais), universidades ( privatização do ensino público), etc. 4 . Articular a campanha contra a Alca com outras campanhas. Ex. contra Omc, contra dívida externa... 5 . Temos que fazer lutas conjuntas, ao mesmo tempo, em todo o continente. 6. Fazer manifestações em todas as embaixadas dos EUA contra a reeleição de Bushitler 7 . Temos que construir uma proposta alternativa à Alca. 8. A luta contra a Alca é internacional porém a trincheira é nacional. Temos que construir um projeto popular alternativo em nossos países. * Valquimar Reis, do Mutirão Informativo de Movimentos Sociais
https://www.alainet.org/pt/articulo/109375

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