A salvação vem das mulheres

18/11/2001
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O Fundo das Nações Unidas para a População divulgou, em 7 de novembro, seu relatório sobre demografia e mudanças ambientais. Segundo o relator Alex Marshall, a humanidade vem tratando Gaia (a Terra) de forma insustentável. Os recursos naturais ameaçam esgotar- se frente ao aumento da população e ao atual modelo de globalização, consumista e predatório. No Brasil, entre 1987 e 1997, desapareceram cerca de 15 milhões de hectares de florestas, afetando a biodiversidade e apressando a erradicação de inúmeras espécies vegetais e animais. O efeito estufa provoca o degelo das calotas polares e a contaminação dos ecossistemas. Hoje, somos 6,1 bilhões de habitantes, a grande maioria em países pobres. Os gastos com o consumo dobraram desde 1970, enquanto 4 bilhões de pessoas sobrevivem com menos de US$ 2 por dia. Um estadunidense gasta, por ano, a mesma energia elétrica consumida por 500 brasileiros. E durante a sua vida irá poluir mais o meio ambiente do que 50 brasileiros. Detalhe: a Casa Branca recusa-se a assinar o Protocolo de Kyoto, que busca controlar a poluição do planeta. Entre 1900 e 2000, as emissões de dióxido de carbono aumentaram 12 vezes, alterando o clima da Terra, provocando chuva ácida e contaminando reservas de água. A ONU se pergunta como utilizar os recursos disponíveis de água e solo para produzir alimentos para todos. Como enfrentar os temores do aquecimento global, da mudança climática e da perda de biodiversidade? Na opinião de Alex Marshall, é preciso dar mais poder de decisão às mulheres, pois elas "representam mais da metade da força de trabalho agrícola mundial e sabem administrar os recursos domésticos, de alimentos, água e energia". Nos últimos 70 anos, a humanidade passou a consumir seis vezes mais água. Em 2000, 508 milhões de pessoas viviam em 31 países onde a água é um bem escasso. Em 2005, serão 3 bilhões de pessoas em 48 paises. Hoje, 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso à água potável. Fora dos países altamente industrializados, 90% dos esgotos e 70% dos dejetos industriais são lançados, sem tratamento, em rios, mares e lagoas, poluindo os recursos hídricos disponíveis. O investimento na educação da mulher vale por dois, pois promove a igualdade de direitos entre os sexos, reduz o índice de gravidez precoce, facilita o planejamento familiar e diminui a pressão sobre o meio ambiente. Uma mulher instruída terá mais chances de escapar da prostituição e do subemprego, e saberá lidar melhor com a educação de seus filhos. Hoje, a taxa de fertilidade nos paises subdesenvolvidos é de três crianças por mulher, metade do índice de 1969. A expectativa de vida, entretanto, cresce fora das áreas mais afetadas pela Aids. Em 1950, a média mundial era de 46 anos. Hoje é de 66. No Brasil, 68,4 anos.
https://www.alainet.org/pt/articulo/105407
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