“Ressuscitarei na luta de meu povo”
26/02/2015
- Opinión
Nos anos 70 muitos países da América Latina e Central viviam terríveis ditaduras.
Em todos eles, várias instituições e pessoas se destacaram na luta pela vida, pela democratização de seus países.
Nesse contexto, emerge a figura de dom Oscar Romero, arcebispo de São Salvador, em El Salvador. Aos poucos ele foi percebendo a opressão política, econômica e social sobre seu povo, orientada pelos Estados Unidos.
Dom Romero, inspirado pelo evangelho de Jesus, pelo Concílio Vaticano II, falava todos os domingos em programa da rádio local. Denunciava torturas, desaparecimentos e a falta de liberdade de expressão e direitos.
Propunha diálogo, mudanças estruturais para que a vida do povo fosse respeitada e a justiça fosse feita. Foi se tornando incômodo para os militares que governavam o país, para os ricos e até mesmo para colegas bispos, padres e alguns cristãos(as) apoiadores(as) dos militares e da ditadura.
Até que em março de 1980, denunciando mais uma vez as torturas e injustiças, chama a atenção dos próprios soldados, dizendo-lhes que não podiam obedecer às ordens de seus superiores que ordenavam matar seus irmãos(as).
Foi fatal! No dia 24 de março de 1980, enquanto celebrava missa na capela do hospital onde morava, foi assassinado a mando da repressão.
Agora o Papa Francisco reconheceu - depois de 35 anos! - que Dom Oscar deu a vida pela justiça e pela defesa dos pobres e dos direitos humanos. Por isso será canonizado.
Depois de 35 anos, podemos reconhecer que o que ele dizia - “se me matarem ressuscitarei na luta dos pobres” - aconteceu não só em El Salvador, mas em todos aqueles países que viviam sob ditadura.
- Pe. Henrique Moura é presbítero da Arquidiocese de Belo Horizonte e do Fórum Político Interreligioso
26/02/2014
https://www.alainet.org/es/node/167811?language=es
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