Luta titânica

Desafios da luta camponesa em Moçambique

10/02/2011
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A apropriação de terras em Moçambique por parte de corporações transnacionais, que utilizam trabalhadores rurais que não têm acesso à terra, é um dos temas que mais preocupa o campesinato desse país. Rádio Mundo Real entrevistou José Mateus, dirigente de 30 anos da União Nacional de Camponeses de Moçambique, da Via Campesina, que está participando das atividades do Fórum Social Mundial em Dacar, Senegal.
 
Mateus lamentou o fato de que muitos camponeses de seu país acabam cumprindo funções para as grandes transnacionais dos agronegócios, porque não têm apoio do Estado para aceder a terras e produzir nelas. “Não temos financiamento (...) e (então) os camponeses vão trabalhar para as multinacionais. Deixam de produzir a comida para sua família para trabalhar em uma dessas empresas”, disse Mateus.
 
Para o integrante da Via Campesina é necessário “criar uma aliança muito forte na África” que fortaleça o setor camponês, inclusive para lidar com os governos, responsáveis pela entrada dos capitais transnacionais dos agronegócios a seus territórios.
 
Mateus destacou a presença em Moçambique de grandes corporações estrangeiras dedicadas à produção de tabaco e flores para a exportação. Considerou que o desafio como classe camponesa é “conscientizar a população para a mobilização, porque temos um problema de falta de conhecimento”.
 
Nesse sentido, Mateus falou por exemplo da mudança climática, um dos mais importantes assuntos, segundo ele, no Fórum Social Mundial. Reconheceu que os camponeses de seu país não possuem conhecimentos sobre este assunto. Deve-se “criar uma escola de formação política para jovens de movimentos e sociedade civil”, opinou o dirigente da União Nacional de Camponeses de Moçambique.
 
Radio Mundo Real
 
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https://www.alainet.org/es/node/147489
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