Antigo polo escravocrata

Barbados rompe laço colonial britânico e se declara república

Rainha Elizabeth 2ª não é mais a chefe de Estado da nação caribenha, embora país continue na Commonwealth.

01/12/2021
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Sandra Mason é a primeira presidenta da ilha caribenha - Governo de Barbados
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Barbados retirou nesta terça-feira (30/11) o título de chefe de Estado da rainha Elizabeth  2ª e proclamou-se oficialmente uma república, numa cerimônia na qual esteve presente o filho e herdeiro da monarca britânica, príncipe Charles.

 

Como símbolo da mudança de regime, o estandarte real do Reino Unido foi retirado e a governadora-geral Sandra Mason prestou juramento como primeira presidente da nação do Caribe.

 

A troca de regime, da monarquia constitucional para a república, encerrou 396 anos de reinado da coroa britânica na ilha caribenha.

 

"Nossa nação deve sonhar alto e lutar pelos seus sonhos", afirmou a presidente na cerimônia.

 

O príncipe Charles disse que a proclamação de república é um recomeço para Barbados. "Dos dias mais sombrios de nosso passado e da terrível atrocidade da escravidão, que manchará para sempre a nossa história, o povo desta ilha forjou seu caminho com uma força extraordinária", declarou.

 

A cantora barbadiana Rihanna esteve presente à cerimônia e foi declarada heroína nacional.

 

Ex-colônia britânica

 

Barbados é uma antiga colônia britânica com cerca de 280 mil habitantes que se tornou independente em 1966, também no dia 30 de novembro, mas ainda mantinha laços com a monarquia britânica. A ilha pretende permanecer como membro da Commonwealth, a comunidade de nações que pertenceram ao império britânico.

 

Barbados não é a primeira ex-colônia britânica no Caribe a se tornar uma república, seguindo os exemplos da Guiana (1970), de Trindade e Tobago (1976) e Dominica (1978).

 

Também naquela época o debate sobre o racismo e a escravidão foram o pano de fundo da troca de regime, então motivada pelo movimento Black Power, e hoje pelo movimento Black Lives Matters.

 

A transição, mesmo pacífica, é marcada por um crescente repúdio à monarquia britânica entre a população barbadiana, no contexto de uma campanha mais ampla que inclui também reforçar os laços com a África, de onde a maior parte da população é originária, e cobrar reparações dos britânicos por crimes históricos na ilha.

 

Centro das plantations no Caribe

 

Barbados foi um dos centros no Caribe do modelo de produção baseado na escravidão e conhecido como plantation, que resultou em riqueza para os britânicos e escravidão para os negros trazidos da África.

 

As plantations de cana de açúcar foram introduzidas na América pelos portugueses, nos anos 1500, na costa do Brasil, e cerca de um século depois levadas pelos britânicos para Barbados e o Caribe.

https://www.alainet.org/pt/articulo/214485?language=en
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