Servir ao povo: a erradicação da pobreza extrema na China

Embora a China tenha lutado contra a pobreza, o resto do mundo, especialmente o Sul Global, experimentou uma piora.

05/08/2021
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A maior conquista antipobreza da história

 

Em 25 de fevereiro de 2021, o governo anunciou que a pobreza extrema havia sido abolida na China, um país de 1,4 bilhão de habitantes. Essa vitória histórica é o culminar de um processo de sete décadas, que começou com a Revolução Chinesa de 1949. As primeiras décadas de construção socialista lançaram as bases que foram aprofundadas durante o período de reforma e abertura. Durante esse tempo, 850 milhões de chineses foram retirados e se retiraram da pobreza; ou seja, 70% da redução total da pobreza no mundo ocorreu na China. Na fase “direcionada” mais recente, que começou em 2013, o governo gastou 1,6 trilhão de yuans (246 bilhões de dólares) para construir 1,1 milhão de quilômetros de estradas rurais, levar acesso à internet a 98% dos vilarejos pobres do país,  reformar casas para 25,68 milhões de pessoas e construir novas moradias para outras 9,6 milhões. Desde 2013, milhões de pessoas, empresas estatais e privadas e amplos setores da sociedade foram mobilizados para garantir que – apesar da pandemia – os 98,99 milhões de pessoas restantes da China em 832 condados e 128 mil vilarejos saíssem da pobreza absoluta[1].

 

Em 2019, quando a China entrou nos últimos estágios de seu programa de erradicação da pobreza, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse: “Cada vez que visito a China, fico surpreso com a velocidade da mudança e do progresso. Criou-se uma das economias mais dinâmicas do mundo, ao mesmo tempo ajudando mais de 800 milhões de pessoas a saírem da pobreza – a maior conquista antipobreza da história”[2].

 

Embora a China tenha lutado contra a pobreza, o resto do mundo, especialmente o Sul Global, experimentou uma piora. As agências das Nações Unidas relatam uma grande reversão na eliminação da pobreza fora da China: em 2020, mais de 71 milhões de pessoas – a maioria das quais estão na África Subsaariana e no sul da Ásia – tiveram piora em suas condições de vida, marcando o primeiro aumento global da pobreza desde 1998[3]. Estima-se que a crise econômica acelerada pela pandemia levará um total de 251 milhões de pessoas à pobreza extrema até 2030, elevando o número total para mais de um bilhão[4]. O fato de a China ter tido êxito no combate à pobreza em uma época de tal reversão não é um milagre nem uma coincidência, mas sim uma prova de seu compromisso socialista. Isso contrasta com a indiferença das sociedades capitalistas às necessidades dos pobres e das classes trabalhadoras, cujas condições só pioraram durante a pandemia.

 

Este estudo analisa o processo pelo qual a China conseguiu erradicar a pobreza extrema como uma etapa fundamental na construção do socialismo. Com base em uma série de fontes chinesas e inglesas, o estudo é dividido em cinco partes principais: contexto histórico, teoria e prática de redução da pobreza, redução da pobreza direcionada, estudos de caso e os desafios e horizontes futuros. O Instituto Tricontinental de Pesquisa Social também conduziu entrevistas com importantes especialistas chineses e internacionais e fez visitas de campo a locais de redução da pobreza na província de Guizhou, onde os últimos nove condados que saíram da pobreza estão localizados. Lá, visitamos vilarejos pobres, projetos industriais e locais de realocação. Conversamos com camponeses, quadros do Partido, empresários, trabalhadores, jovens, mulheres e idosos que foram diretamente impactados e participaram da luta contra a pobreza. Tecidas ao longo do texto, suas histórias são apenas algumas entre as milhões que contribuíram para esse processo histórico.

 

(Continuar lendo no arquivo pdf abaixo...)

 

https://thetricontinental.org/pt-pt/estudos-1-socialismo-em-construcao/

 

 

 

https://www.alainet.org/pt/articulo/213351
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