Estados Unidos retoma processo de ocupação militar no Paraguai

18/03/2014
  • Español
  • English
  • Français
  • Deutsch
  • Português
  • Opinión
-A +A
Há quase um mês o ministro da Defesa do Paraguai, Bernardino Soto Estigarribia, recebeu em reunião oficial o almirante estadunidense George W. Ballance, diretor de Cooperação em Segurança do Comando Sul dos Estados Unidos, e a coronel Bárbara R. Fick, responsável pela Defesa, na embaixada dos Estados Unidos no país. Na ocasião, foi reestabelecido o marco de cooperação militar entre os dois países, que havia sido desfeito há cinco anos pelo então presidente, Fernando Lugo.
 
Almirante Goerge W. Ballance e ministro da Defesa do Paraguay, Bernardino Soto Estigarribia
O ministro anunciou a inauguração de um Centro de Resposta para Situações de Emergência no Norte do país, no departamento de San Pedro. Esta é a região que o presidente Horácio Cartes decretou Estado de Exceção logo depois de assumir a presidência.
 
Toda a estrutura está sendo montada com recursos do governo dos Estados Unidos e já conta com presença de militares enviados daquele país. Em entrevista à imprensa local, Estigarribia afirmou que a visita de Ballance marca o fortalecimento das relações de defesa entre as forças armadas do Paraguai e dos Estados Unidos e que a presença militar norte-americana no país latino vai ser cada vez maior.
 
Na última quinta-feira (15), o senador da Frente Guasu (coalizão de partidos de esquerda do Paraguai), Sixto Pereira oficializou ao Senado o pedido de um informe sobre a presença norte-americana no país. O parlamentar pede informações sobre a data de ingresso e permanência, o motivo pelo qual as tropas estadunidenses vão ocupar o país, quantos oficiais serão enviados e quais regiões serão ocupadas.
 
A intervenção militar paraguaia do departamento de San Pedro começou pouco depois que o presidente Horácio Cartes tomou posse em agosto de 2013. Desde então o clima na região é de medo e insegurança. Diversos líderes campesinos já foram assassinados. Há denúncias da imprensa local de que agricultores e trabalhadores urbanos constantemente recebem ameaças militares e vivem um estado de pânico.
 
O poder executivo paraguaio ainda não se pronunciou a respeito.
 
Golpe parlamentar em 2012
 
A agência de notícias brasileira, A Pública, fez um amplo trabalho de investigação no Paraguai depois do Golpe Parlamentar que depôs o presidente eleito Fernando Lugo e concluiu que a estratégia política, na época, teve total apoio dos Estados Unidos.
 
18 de Março de 2014 - 14h22
 
Mariana Serafini, do Portal Vermelho
 
https://www.alainet.org/es/node/84039
Suscribirse a America Latina en Movimiento - RSS