James Bond vive

07/01/2019
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Nos filmes de James Bond paira frequentemente a sombra da Spectro, fantástica organização secreta que ameaçava o mundo com apocalíptica destruição, caso não lhe pagassem enormes quantias.

 

A vida imita o cinema.

 

O jornal online RT (Russia Today) revela, em 4 de janeiro, que a Dark Overlord, um misterioso grupo de hackers, entrou no negócio da Spectro.

 

Anunciou a liberação das chaves de decodificação de 650 documentos relativos ao atentado das Torres Gêmea, raqueados de gigantescas empresas de seguros – como a Lloyds de Londres e a Hiscox, de firmas de advogados, da Silverstein Properties, proprietária do Wolrd Trade Center e de várias agências do governo dos EUA.

 

Seria apenas uma amostra do produto da Dark Overlord, o qual somaria 18 mil documentos raqueados das entidades referidas acima, incluindo segredos comprometedores, que deveriam ser destruídos, mas acabaram arquivados.

 

Eles contariam a “verdade sobre um dos mais impactantes incidentes da história recente”, diz o texto da indiscreta organização.

 

Se tornados públicos, causariam efeitos devastadores, atingindo o mundo corporativo, políticos importantes e as agências de segurança dos EUA.

 

A Dark Overlord fechou um negócio com um cliente não identificado por 12.000 bitcoins pelos 650 documentos.

 

Esse pacote informava fatos pouco surpreendentes. No entanto, trata-se apenas da camada 1 do megavazamento.

 

Existiriam mais quatro, que ainda permanecem encriptados. Ali estaria o créme de la créme da mercadoria – os segredos mais cabeludos

 

O Dark Overlord pede 2 milhões de bitcoins por eles.

 

Pouco depois da revelação das chaves de decodificação da camada 1, os raqueadores endereçaram um ultimato aos EUA e a seu Deep State (“Estado Profundo”, as maiores corporações e agências de segurança que influiriam poderosamente no governo americano, de forma incógnita).

 

Indicou no seu post mais alguns possíveis interessados, citando: “… todas outras partes envolvidas (linhas aéreas, firmas de advocacia litigante, firmas de investigação, FBI, TSA (Transportation Security Administration), FAA (Federal Aerial Administration), bancos, companhias de seguros e mais), nós vamos incendiá-los a menos que negociem conosco.”

 

Demonstrando sua imparcialidade, o Dark Overlord também ofereceu sua mercadoria a grupos terroristas, governos estrangeiros e organizações midiáticas.

 

O povo não foi esquecido. Há um plano especial para que cidadãos possam se cotizar, adquirindo os explosivos documentos raqueados.

 

Seria uma ótima opção pois a opinião pública tem o direito de conhecer os manejos e responsabilidades ocultos dos grupos envolvidos no atentado de 11 de setembro. O que permitiria julgar a procedência de uma série de teorias da conspiração divulgadas sobre o incidente.

 

Se a Dark Overlord não está brincando, organizações e figuras poderosas serão desmascaradas, sofrendo perdas irreparáveis em termos de recursos financeiros, prestígio e poder.

 

Acho que deve estar rolando intensa movimentação em diversos setores do big money e da inteligência, buscando descobrir se a ameaça do Dark Overlord existe e tem o potencial devastador das dimensões apregoadas.

 

Não querem se arriscar a jogar dinheiro fora, entrando numa barca eventualmente furada.

 

Por outro lado, caso a ameaça seja real, a recusa traria pavorosas consequências.

 

Pena que não dá para convocar James Bond.

 

- Luiz Eça formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo.

 

05 / 01 / 19

http://www.olharomundo.com.br/james-bond-vive/

 

https://www.alainet.org/es/node/197393
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