Mãos que lutam

08/03/2018
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Marcha Mundial de Mulheres
Fonte: Uol
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Que mãos são estas que se levantam com o punho cerrado

e não aceitam mais viver sob a regência de um sistema de opressão?

Algumas são calejadas, sofridas, machucadas.

Outras são delicadas, leves e bem cuidadas.

 

Mas todas, absolutamente todas, possuem algo em comum:

resistem, lutam, pedem igualdade!

 

São mãos que semeiam em terras onde todos já desistiram,

que separam latas, papelões e materiais descartados pela vida,

que alimentam, que cuidam, acariciam

e que repelem a violência e a injustiça.

 

São mãos que derrubam muros, reais e simbólicos,

que batem instrumentos, com o orgulho de quem ainda sonha.

São mãos que curam, que doam o seu tempo para a vida,

que dançam, ensinam mentes, levantam bandeiras e plantam flores.

 

São mãos cuja história só elas conhecem.

 

Que sofrem e são torturadas em clínicas clandestinas,

que são silenciadas por uma sociedade de desiguais

e mesmo assim, resistem, não abandonam a esperança.

 

São mãos que dominam o tempo, que amam e se apaixonam

e mesmo quando oprimidas mostram a grandeza do seu espírito.

 

São mãos que no passado eram queimadas como instrumento de terror,

mas que carregam a luz que iluminará o novo mundo.

 

São mãos femininas, que vivem em um universo onde a própria linguagem as discrimina,

mas que não desistem, seguem em frente com o desejo de transformar.

 

- Sandro Ari Andrade de Miranda, advogado, mestre em ciências sociais.

 

https://sustentabilidadeedemocracia.wordpress.com/2018/03/07/maos-que-lutam/

 

https://www.alainet.org/es/node/191497
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