Ensino privado toma bomba e serra muda decretos

30/05/2007
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O ENADE 2006 (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) revelou que o ensino privado, em nível superior, é uma fraude. O clássico pagou passou. Os alunos fingem que estudam (pagam) e as universidades e faculdades privadas fornecem os diplomas. Menos de 1% dos cursos superiores, aí de um modo geral, tiveram a nota máxima.

A pior média foi dos alunos dos cursos de Administração. Coisas do modelo político e econômico que vivemos. O negócio consiste em colocar no mercado consumidores com diplomaS de terceiro grau e fazê-los crer que o topo está ao seu alcance. Pague em dia, evite o SPC e o SERASA e vire um Ermírio de Moraes.

A dívida das universidades e faculdades privadas com o governo é de 11 bilhões e Lula quer transformá-la em benesses tais que lhe permita apresentar resultados como “em meu governo temos tantos por cento dos estudantes em escolas de nível superior”.

Não é sério esse trem.

A lógica do ensino privado é a lógica do mercado. Bancos vendem dinheiro, supermercados vendem sabão em pó para lavar mais branco e universidades e faculdades privadas vendem diplomas. A constatação é linear diante dos resultados obtidos.

Os resultados das universidades públicas são conseqüência exatamente dessa política que privilegia o setor privado. Vide o decreto de José Serra tirando autonomia das universidades estaduais paulistas. Os caras querem que a turma pesquise modelos de papel higiênico que não firam ou machuquem bumbums de consumidores aflitos e ávidos por perfumes e essências dos salões DASLU.

Serra, aliás, foi obrigado e engolir o movimento de estudantes que ocupa a Reitoria da USP. Fez ampla revisão dos decretos. Vitória da coragem e da determinação de enfrentar o autoritarismo de um governador padrão DASLU/FIESP, sem o menor compromisso com nada alem dos interesses dos caras da Administração. Os que tiveram a pior nota.

As melhores notas, curiosamente, foram obtidas por alunos da Psicologia. A procura de respostas para toda essa desordem/ordenada do mundo medido por parâmetros bushianos, sejam eles o de Bil Clinton, ou de banqueiros nascidos nas provetas e chocadeiras de Wall Street.

Hora de bater o sino. Sou mais o cacique Crazy Horse enfrentando Will Bil Cody. A Sétima Cavalaria da PM de São Paulo vai ter que ensarilhar as armas, o movimento de estudantes fez o tucanato autoritário e privatista piscar. Piscou e sentou em cima.

Cerca de 10 mil estudantes e manifestantes de um modo geral foram impedidos pelas bombas de gás e pimenta da truculência dos reprovados no exame de legalidade de chegar ao Palácio dos Bandeirantes para mostrar ao senhor de todas as coisas que o que era a simples ocupação da reitoria da USP virou greve nas universidades públicas estaduais. Alunos, professores e servidores.

Paulo Renato, ex-ministro da Educação de FHC e profeta do caos nas universidades públicas nos oito anos que passou no cargo, disse que Serra errou. Isso, por si só, é sinal de diarréia no mundo tucano.

Diretores da UNICAMP pedem o fim da tal Secretaria de Ensino Superior. Só D. Suely Vilela, reitora da USP, ficou resmungando pelos cantos. Há 23 dias não consegue assentar naquela cadeira que sobe, desce, gira e confere autoridade H2O. Com direito a plataforma para ficar acima de mortais comuns.
https://www.alainet.org/es/node/121479
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