O controle da internet e a “fuga em massa”

01/03/2007
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A atriz Carolina Ferraz está processando duas revistas e um jornal pela publicação de uma foto em que aparece beijando o ator Reynaldo Gianechinni, num restaurante em Copacabana, no Rio, Zona Sul. A alegação da atriz é que teve sua privacidade violada. As fotos foram feitas de um telefone celular.

O senador texano Lamar Smith, líder do seu partido na Câmara Alta, é autor de um projeto de lei que aumenta os custos da internet e possibilita a instalação do que chama “agenda da lei e da ordem”, obtendo dados de cada um dos internautas texanos, em qualquer estado da república do Texas.

O presidente do Texas George Walker Bush repete sistematicamente o discurso sobre o controle da rede mundial de computadores como forma de evitar o terrorismo e a disseminação da “pornografia”. Sobre aquele “negócio” de ler livros de cabeça para baixo, ter que ser retirado às pressas de uma escola, no 11 de setembro por conta das moscas e do cheiro, nada.

É evidente que Carolina Ferraz teve sua privacidade violada. Pouco importa o caráter do beijo e é lógico que as revistas e jornais devem indenizar a atriz e em polpudas indenizações. Há uma obsessão nos dias de hoje pela privacidade de famosos dentro do contexto de usar a mídia como instrumento de dominação e transformação do ser humano em objeto, dócil aos donos.

O controle da internet desejado por Bush passa por aí. O total e absoluto domínio do mundo. A internet é um dos únicos veículos de comunicação a escapar aos olhos do grande irmão texano. E o controle da comunicação tem se mostrado indispensável aos projetos do IV Reich.

E mesmo assim, programas colocados em satélites do Texas monitoram e controlam mails a partir de palavras chaves para saber quem aceita e quem não aceita o aleluia aleluia do líder nazi/terrorista.

A avidez com que as pessoas se debruçam sobre as vidas alheias é estimulada pelos veículos de comunicação. O vídeo de Danielle Cicarrelli passa por aí, não importa o que tenha sido feito, importa a devassa na vida das pessoas.

O ser humano (o que resta dele) é instado e confessar “fraquezas” e a aceitar as regras impostas, quaisquer que sejam. O processo que precedeu a decisão de invadir o Iraque é semelhante ao que usam para justificar um eventual ataque ou bombardeio do Irã.

Criam o pânico, criam o terror, fazem com que as pessoas acreditem que fora do BBB7 não existe vida inteligente e se apossam de corpos, almas, corações e razões no delírio nazista de controle de tudo em nome do bem (fico a imaginar como seria em nome do mal).

Esse comportamento se reproduz desde o fuhrer texado, ao presidente ou governante de países “menores” nessa ordem do mundo colonizado pelo império, chega até o quinto andar, ou sexto, ao restaurante e se assenhora do que resta de cacos frios e gelados nas chantagens corriqueiras do dia a dia.

Os falsos seqüestros, as foto montagens em situações humilhantes, o espetáculo de barbárie e estupidez que se assiste a todos os dias e noites nos jornais (quem assiste, quem se submete) e tudo termina em casamento feliz e eterno na novela das seis, na das sete e na das oito.

Na minha cidade, por exemplo, governada por um assaltante, não há necessidade preocupação com o fato da calota polar estar derretendo. Estamos a quase mil metros de altitude em relação ao nível do mar e as geleiras aqui permanecem intocáveis.

Gélidas como convém a geleiras. Impassíveis diante do “cada um reage de um jeito”.

É o mundo das pastinhas e dos decoradores. O senador Lamar Smith quer saber de tudo sobre todos e permitir que tudo sobre todos esteja na pastinha do grande irmão pronto para as punições ditadas pelo “deus” que fala a Bush.

O Irã é o grande responsável por tudo isso. Ou como diz um dos mais perfeitos robôs já produzidos pela tecnologia da GLOBO, William Bonner, “até quando vamos assistir a esse doloroso espetáculo de violência?”

Um jornal de Lages, Santa Catarina, publicou uma charge onde uma mulher negra aparece dando a luz a várias crianças e o médico gritando “ cuidado fuga em massa”. É a terra de herr Bornhausen, banqueiro que não gosta de ser chamado de racista.

Certas geleiras não correm o risco de derreter.
https://www.alainet.org/es/node/119786
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