Começou o segundo mandato de Bush: Brasil deve lutar pelo guerra zero

08/11/2004
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Mais de 50 milhões de estadunidenses – um recorde para o país -, mais outros que o apóiam votando pelo candidato opositor, que assumiu teses similares, delegaram a George Bush a legitimidade interna para intensificar sua política de militarização dos conflitos mundiais. A declaração de estado de sitio e o novo massacre em Faluja inauguram o segundo mandato de Bush em grande estilo, revelando o que o mundo pode esperar dos próximos quatro anos de governo estadunidense. Se o cálculo de 100 mil iraquianos mortos desde a invasão do país pelas tropas anglo-americanas, podemos prever não menos de outros 500 mil mortos, além dos feridos, desalojados, órfãos, viúvas, com a destruição de casas, de cidades, de locais religiosos, de tudo o que represente a identidade de um povo que se busca extinguir. Este o governo e a guerra que a opinião pública estadunidense escolheu – o que supõe seja a tranqüilidade e a proteção para suas vidas cotidianas e a destruição e o massacre para os que resistem a seus projetos imperiais. Essa doutrina belicista se corresponde com duas outras – o liberalismo econômico e o fundamentalismo de costumes. Tropas de destruição no Iraque, missões econômicas pelo mundo afora e núcleos religiosos fundamentalistas por todo o país – esse o contingente que coloca em prática o redesenho do mundo que a maior potencia bélica da história pretende realizar. Essa coalizão mortífera têm encontrado resistências, de diferente tipo e de diferente intensidade. Trata-se de construir uma frente que lute por soluções pacífica e negociadas para os conflitos mundiais, que freie essa ofensiva estadunidense em Faluja, que pretende fazer desse "exemplo" da sua vontade de não se deter diante de nenhum obstáculo para fazer cumprir o que acreditam ser sua "missão civilizatória" em todo o mundo. O Brasil precisa assumir a liderança nessa luta. Não basta lutar para acabar com a fome no mundo. É preciso lutar para terminar com essa brutal máquina de produção de fome, de miséria, de sofrimento, de mortes, de destruição, que são as políticas belicistas. Que o Brasil lance um apelo à formação de uma frente pela guerra zero, pela violência zero, pelos bombardeios zero, pelas soluções militares. Sem guerra zero, não haverá o fim da fome no mundo. Mas se conseguimos o guerra zero, teremos os recursos, dedicados hoje pelas grandes potencias mundiais – as mesmas que ocupam os postos permanente e com direito de veto no Conselho de Segurança da ONU – à produção de armamentos, para combater a fome e reconstruir todos os desastres produzidos pelas políticas de guerra.
https://www.alainet.org/es/node/110848
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