Em greve de fome, Jaime Amorim demonstra confiança na luta contra o golpe
- Opinión
Jaime Amorim é integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ele é um dos sete militantes que estão em greve de fome, desde o dia 31 de agosto.
O protesto é realizado contra a prisão sem provas do ex-presidente Lula. Eles pedem que a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmem Lúcia, coloque em votação as Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADC).
Com a votação da ADC, os ministros vão decidir se o artigo constitucional que garante o direito a que todo brasileiro só será preso depois de julgado até o último recurso está em vigor ou não.
Por tanto, não se refere apenas ao Lula, mas atinge a milhares de brasileiros que foram encarcerados injustamente porque ainda não se julgou até o último recurso.
Veja a mensagem enviada pelo grevista:
"Eu sou Jaime Amorim, sou do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do estado de Pernambuco, e faço parte do coletivo que está fazendo a greve de fome aqui em Brasília. Queria dizer para nossa militância, que nos deu essa tarefa, portanto, pessoalmente foi uma opção voluntária, mas uma tarefa determinada pelo conjunto da organização. Nós estamos aqui, muito certos da nossa tarefa. Muito confiante da causa que nos fez entrar na greve de fome, estamos, é claro, do ponto de vista físico, um pouco debilitado. Afinal de conta estamos no 24° dia, mas a cada dia com o espírito mais ativo, moral mais elevada, a causa cada vez mais certa, daquilo que estamos reivindicando.
Nós continuamos, todos os dias, fazendo debates sobre a questão do Brasil, estamos buscando estudar com mais propriedade as consequências do golpe para o Brasil e a importância de derrotarmos o golpe. Por isso que, a cada dia, nos fortalecemos. Por isso que a cada dia a gente se fortalece. Principalmente agora que estamos vendo nos municípios se mobilizando, jejum em vários estados, mobilizações todas as noites, atos públicos em várias cidades. Isso fortalece a greve de fome. Podem estar certos: nós estamos preparados para um longo período de greve de fome, vamos derrotar o golpe. Vamos colocar esse bode, da greve de fome e da luta popular no meio da sala, para que o Poder Judiciário e a política brasileira recuem nesse processo e o povo brasileiro acorde, para que a gente possa construir um Brasil para todos os brasileiros."
Edição: Katarine Flor
23 de Agosto de 2018
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